terça-feira, outubro 30, 2007

A Decisão

"Se me apaixono por alguém que não me corresponde o problema é meu e não do outro. Eu é quem criei um mito, formei expectativas, sonhei, fantasiei. A hora em que eu cair na real, sou eu quem tenho que trabalhar minha fantasia, o que essa pessoa tinha para me cativar, porque me apaixonei por ela. Não importa por quê ela não correspondeu, o que se passa na cabeça dela, o que poderia ter sido feito. Importa os sentimentos que passam POR MIM e o que eu posso fazer para não voltar a sofrer." Léa Waider

Ela não pedia muita coisa, só uma chance.
E cansada de amar sem ser amada, ela se confronta com o seu pior medo: aceitar o que vier.
Estaria ela disposta a abrir mão do amor ilusório, porém verdadeiro, abrir seu coração para enfim ser amada?
Haveria nela a coragem de colocar a tal pedra sobre o assunto?

Mudanças não são fáceis, são necessárias. "Ch-ch-ch-ch-Changes (Turn and face the strange)". E a insegurança é grande, não deveria ser, mas é.
E ela está consumida, lutando contra todo e qualquer tipo de pensamento negativo, contra as dúvidas. Mas se "a dúvida é o preço da pureza, e é inútil ter certeza", então por que lutar?
Porque ela tem medo.

Mas ela sabe que o medo é parte importante em sua vida, o medo a faz movimentar-se, o medo a faz crescer, o medo a faz o que ela é. Então ela se decide.
Ela não sabe se a decisão é pra sempre. Afinal, "pra sempre é sempre por um triz".
Ela sabe o agora.

E agora, ela está decidida. Decidida a, pela primeira vez, deixar-se ser amada ao invés de só amar.
E ela jura não entrar nesta para esquecer um outro. Apenas quer sair do beco sem saída, e viver algo novo.
Se esquecimento for o destino, que assim seja.

E assim ela escolhe, mas não quer magoar ninguém. Ela não diz adeus. Adeus a machuca. Mas é a favor de um até logo.
Ela "chorava de amor, e não porque sofria".
Mas ela ainda sonha, porque sonhadores ainda não pagam impostos.

E ela decide-se ouvindo: Dream on - Aerosmith
"Dream on, dream on, dream on/Dream until your dream comes true(...)"



*** Lar é onde o meu coração está! ***

sábado, outubro 27, 2007

Vale, vale tudo...

"O vento aprende, ensina mil canções (...)" Tim Maia

Eita porra, 'pede pra sair' vai... 'quem manda nessa porra sou eu'!
E ao som de Tim Maia eu escrevo, num sábado à noite (madrugada), mas poderia ser qualquer outro dia. O que faz um dia ser mais importante que o outro? Por que o sábado é o dia da balada, e não a terça, a quarta ou a quinta-feira? Muito bizarro isso. Quem teria sido o ser conceituador do dia sábado como sinônimo de balada, festa, noitada?
A Brama bem vem tentando mudar isso, utilizando a campanha Zeca-feira (que ridículo!) para talvez tirar o estereótipo de só sábado ser dia de qualquer coisa divertida. Mas não adianta muito, ao meu ver, nada mudou. Afinal, 'todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite'...

E quando ela ouve Bon Jovi...

Pode ter certeza que há algo a ser relembrado. Ouvir Bon Jovi pra mim é remeter-me a um tempo que não volta mais, a um momento mágico só meu, que existe só na minha mente. É uma nostalgia programada, essa naftalina auditiva. O Bon Jovi não está sozinho. Na minha mente eclética, ele vem acompanhado de outrens.

E quando ela ouve Legião...

Ela chora, e não sabe por que. Claro que ela sabe o porquê. Choro porque a música me toca fundo, e ai, a nostalgia se torna dolorosa; ela machuca, quase me faz mal. Mas um mal necessário. Um mal que leva à saudade, que no fim, é um sentimento bom, afinal só se sente saudade de algo bom, de algo agradável.

E quando ela ouve tudo isso...

Ela não tem o que fazer, está perdida no ócio, no tédio. Quando a nostalgia toma conta, só é possível quando resultada de momentos infinitamentes fúteis e desocupados do ser. Só é possível parar para pensar (e lembrar) se a mente (e a vida) não estiver ocupada o bastante para se sentir vazia.

E mente vazia, só pode ser...

Oficina do 'capiroto'. Ambiente do 'esquerdo'. Albergue daquele que é considerado duvidoso. O vazio nada pode trazer de bom. E de nada adianta a matéria, o corpo. Com isso, remeto-me ao reality show Brazil's Next Top Model (seriado brazuca adaptado, versionado, ou algo do tipo, da séria quase homônima American's Next Top Model). Lindas meninas, porém, quase vazias de sentido, de vibrações, de vida... quase porta-retratos. Os jurados não ficam atrás: vazios de espelhos, de sensibilidade, de visão abrangente. E a pergunta, enquanto era assistido o programa, ecoava alto: como selecionar uma top model que não há nada a apresentar?

E o que é importante ser apresentado?

Como top model? Não, como ser humano. O que é importante ser mostrado, ser refletido, ser exposto, ser evidenciado, ser gritado? Sua personalidade, sua vida. O que você é de fato, e isso não significa chocar a sociedade (embora esta seja muito interessante). Descobrir o que é importante para si, por dentro e por fora, sem média. Isso sim é importante.

Tomo guaraná, suco de caju, goiabada para sobremesa...

E o Tim e suas canções tomam conta da mente que antes não era vazia, porém, não continha nada que pudesse ser aproveitado. E onde está a média? Não há nada igual, nada igual a ser sincero, consigo e com os outros. E o sábado é sincero, dizendo: ok, hoje é o dia de se jogar, porque amanhã você não trabalha, não levanta cedo, não tem responsabilidades... você pode ser livre.

Você pode ser livre...

Pelo menos um dia na semana. Todos os dias, se assim quiser. O sábado foi escolhido pela geral. A Lost brasileira te dá a chance de ser livre apenas se você quiser ir para barzinhos (botecos, em geral). Ou então é possível curtir um 'putz-putz', na companhia de fraldas, chupetas e choros de bebês. Há pouco mais de 2 meses, a ilha oferece a chance de curtir um rock, ou seus derivados...

Suave é a noite, e é à noite que eu saio...

O Pub Rock Beer oferece aos perdidos da Lost brasileira a chance de ouvir um som diferenciado no sábado de todos os santos (que de santos não tem nem o sobrenome). Lá é o único local onde será possível se divertir com a banda e com o 'bartender'. E olha que ele nem é mágico, daqueles que faz firulas (muito boas por sinal) com as garrafas. Sua personalidade é o diferenciador em potencial. Lá também é possível encontrar pessoas diferentes.

Mas não tão diferentes...

Daquelas encontradas no Lado B, bar alternativo com funcionamento nas sextas-feiras (nem todas), proporcionando música boa (nem sempre) e ambiente agradável. O rock voltou a ter espaço nas baladas ilhadas de Araçatuba, e o fim de semana não mais começa na sexta.

E toda quinta-feira...

É possível sair sem pressa pra voltar e encontrar um outro público no Barril, bar que provavelmente já recebeu 'terrinha de cemitério', porém, conseguiu dar a volta por cima. O Barril, assim como o Lado B, oferecem o ótimo serviço de entrada gratuita para as senhoritas araçatubenses.

Com isso...

Todos ficam felizes, mulheres gastando menos e homens conferindo qual é a das tais mulheres. Todos saem ganhando (será?), e todos saem felizes. Vozes gritam: Ei, Pub, mulheres free!!!

I wanna be free...

Para sair a hora que quiser, sem ficar triste por estar sozinha. Para ter amigos que não brigam por coisas pequenas. Para beber sem ser julgada. Para beijar sem ser compromissada. Para rir sem ser pressionada. Para pensar sem ser questionada.

E...

Para te ajudar se você precisar, basta me dar um sinal de fumaça.


Desentediando o tédio ao som de: Vale Tudo - Tim Maia




*** Lar é onde o meu coração está!!! ***

terça-feira, outubro 23, 2007

Quando O Passado Não Está Tão Longe

"Eu quis amar o que o tempo não muda
Pra que quem amo não mudasse nunca (...)" Os Paralamas do Sucesso

Há alguns dias, na falta do que fazer, decidi recordar o que pensava e o que sentia dando uma olhada no meu antigo blog. Comecei a escrever naquele blog durante meu último ano no ensino médio. E continuei com ele até o fim da minha faculdade. Ou seja, enquanto ele existiu, mesmo eu não escrevendo todos os dias, as etapas foram passadas juntos, o blog e eu. É engraçado hoje, ao ler opiniões e desabafos, como várias coisas mudaram, e como outras continuaram perfeitamente iguais. Uma das coisas mais interessantes encontrada lá foi uma espécie de poema, ou simplesmente, palavras soltas sobre alguém que eu gostava (talvez ainda goste).

Me Atrai
A maneira como anda, a maneira como se
espreguiça, a maneira como diz oi, tudo isso me atrai nele. O jeitinho meio
desengonçado, a insegurança disfarçada com aparente coragem e desdém, tudo isso
me atrai nele. O estilo largado e pessoal, o jeito de andar, o olhar chapado,
tudo isso me atrai nele. O sorriso, a mão e os dedos finos, a altura, a risada,
o jeito único, tudo isso me atrai nele. Me atrai o olhar profundo e safado, que
ao mesmo tempo é misterioso, escondendo tanta coisa. Me atrai o sentimento
obscuro, aquele que ninguém adivinha, aquele que ele não quer demonstrar. Me
atrai a maneira como segura o microfone, o jeito de segurar o cigarro, o jeito
de cantar, o tesão pela música. A sua voz, as suas costas, o seu pescoço, a sua
boca, a sua pele, a sua liberdade, entre outras coisas, me atraem nele. Mas a
sua indiferença, o seu egoísmo e a personalidade inatingível me entristecem,
junto com o fato de não estar nem ai para o que eu sinto, me entristecem por
serem características que me confirmam que nunca poderá ser meu, e eu nunca
poderei ser dele. Eu o quero inteiro, ele me quer pela metade. Talvez seja de
difícil compreensão a conclusão em que cheguei, que de todas as atrações, a
maior está no objeto que nunca terei.

Me chocou um pouco ver o quanto eu estava apaixonada e cega, mas fiquei feliz em ver que eu tinha coragem de expôr o meu amor, pelo menos de forma impressa.
Me entristeci ao ver que pouca coisa mudou, neste relacionamento que existiu de forma tão indecisa na realidade, mas lindo na minha fantasia, perturbado no meu blog. Percebi que ele estava em mim em todos os meus momentos, muitas vezes me fortalecendo, muitas vezes me colocando pra baixo. Mas o que me desapontou foi a mesmice, não minha, mas na pessoa, aquela tão importante, exposta naquele diário virtual.
Uma amiga, lá citada várias vezes, também me impressionou, porque embora tenha mudado em seu perfil, não mudou em suas atitudes comigo. Em suas atitudes com todos. E neste momento, me senti insegura mais uma vez, me perguntando: devemos então deixar certas coisas passarem? Ou melhor dizendo, certas pessoas?
Se for perguntada sobre qual a maior dúvida que tenho a respeito das pessoas, ela seria facilmente respondida. Gostaria muito de conseguir entender por que tantos conseguem dar tanto de ruim para o outro, e deixar tanta coisa boa escondida. Como é possível conseguir maltratar e ser indiferente com quem te quer bem? O que as pessoas ganham com isso? Elas ficam mais felizes? Elas sentem-se mais realizadas?
Percebi que sempre tive essa dúvida, mas nunca soube manifestá-la. Ao que parece, não conseguirei esclarecê-la.


...

No amor, estou mais perdida do que cego em tiroteio. Porém, acho que um pouco menos do que naquele passado, não muito distante. A 'tal pessoa' ainda existe. A amiga também. Para a amiga, a música perfeita no momento seria Stuck In A Moment, do U2. Mas a letra que postarei é a que vai para a 'tal pessoa'. Ele que estava presente em quase todos os dias em que escrevi naquele blog, pelo menos desde quando ele passou a ser importante para mim.


Imperecível
Luxúria


Com você eu fico frágil pra enxergar
Nos seus olhos
A minha incerteza
Por isso eu resolvi encerrar o nosso prazo
O nosso prazo
Pra ver você sorrindo sem ter que invadir o seu espaço
O seu espaço

Entre você e eu ficou quase tudo intocado
Mesmo que a nossa casa caia de repente
Você vai continuar aqui intacto
Na minha vida
Na minha cabeça confusa
A sua vida imprevisível
Deixou a nossa validade invisível
E o meu amor imperecível


Com você a vida é sempre tão estranha
Eu te apavoro mas não posso te enfrentar
Por isso eu resolvi desfazer o nosso laço
O nosso laço
Pra não deixar o tempo destruir o nosso frasco lacrado

Refrão



E o passado se mostra vivo ao som de: I Still Haven't Found What I'm Looking - U2

***Lar é onde o meu coração está!!! ***