terça-feira, fevereiro 19, 2008

Fidél...

"Não nos enganemos achando que adiante tudo será fácil; talvez tudo seja mais difícil". Fidél, durante sua entrada triunfal em Havana, depois de derrubar a ditadura, 8 de janeiro de 1959

"Pela revolução, tudo; contra a revolução, nada". mensagem a intelectuais, Junho 1961

A notícia é que Fidél Castro deixa o poder, após 49 anos. Mas a verdade é que isso só ocorre subjetivamente, já que este nunca abandonaria a luta que tanto o acompanha. "(...)Jamais me aposentarei da política, da revolução ou das idéias que tenho. O poder é uma escravidão e sou seu escravo", disse em setembro de 1991, e assim ele continua, de forma subentendida ou não. Mas enfim, este é um trecho de sua carta...


"(...) Conhecendo meu estado crítico de saúde, muitos no exterior pensavam que a renúncia provisória ao cargo de presidente do Conselho de Estado em 31 de julho de 2006, que deixei nas mãos do primeiro vice-presidente, Raúl Castro Ruz, era definitiva. O próprio Raúl, que adicionalmente ocupa o cargo de ministro das Forças Armadas por méritos pessoais, e os demais companheiros da direção do Partido e do Estado, foram relutantes ao considerar-me afastado de meus cargos apesar de meu estado precário de saúde.

Era incômoda minha posição frente a um adversário que fez todo o imaginável para se desfazer de mim, e em nada me agradava satisfazê-lo.

Mais adiante pude alcançar de novo o domínio total de minha mente, a possibilidade de ler e meditar muito, obrigado pelo repouso. Me acompanhavam as forças físicas suficientes para escrever durante longas horas, as quais compartilhava com a reabilitação e os programas pertinentes de recuperação. Um sentido elementar comum me indicava que essa atividade estava a meu alcance. Por outro lado me preocupou sempre, ao falar de minha saúde, evitar ilusões no caso de um desenlace adverso, trariam notícias traumáticas a nosso povo no meio da batalha. Prepará-lo para minha ausência, psicológica e politicamente, era minha primeira obrigação depois de tantos anos de luta. Nunca deixei de sinalizar de que se tratava de uma recuperação "não livre de riscos".

Meu desejo sempre foi cumprir o dever até o último alento. É o que posso oferecer.

A meus queridos compatriotas, que me deram a imensa honra de ser eleito em dias recentes como membro do Parlamento, em cujo âmago se devem adotar acordos importantes para o destino de nossa Revolução, lhes comunico que não aspirarei nem aceitarei --repito-- não aspirarei nem aceitarei o cargo de presidente do Conselho de Estado e comandante em chefe.(...)
(...)O caminho sempre será difícil e requererá o esforço inteligente de todos. Desconfio das sendas aparentemente fáceis da apologética, ou da auto-flagelação antítese. Preparar-se sempre para a pior das variantes. Ser tão prudentes no êxito como firmes na adversidade é um princípio que não se pode esquecer. O adversário a derrotar é notavelmente forte, mas o temos mantido a distância durante meio século.

Não me despeço de vocês. Desejo somente combater como um soldado das idéias. Seguirei escrevendo sob o título "Reflexões do companheiro Fidel". Será mais uma arma do arsenal com a qual se poderá contar. Talvez minha voz se escute. Serei cuidadoso.

Obrigado.

Fidel Castro Ruz,
18 de fevereiro de 2008,
17h30""
Fonte: Folha Online
Fideliando ao som de: Catedral - Biquini Cavadão
*** Lar é onde o meu coração está!!! ***

Um comentário:

Zemarcos Taveira disse...

Olá, Thaís, como vai, minha amiga? Vou lhe contar um 'segredo': raramente conversamos pessoalmente, mas tenho por vc uma afinidade muito grande. Acredito que seríamos ótimos amigos. Passei para retribuir a visita em meu blog e lhe dizer que vou passar sempre aqui agora. Abração.