quinta-feira, abril 10, 2008

Fronteiras Para Se Expressar...

"(...) Não tem nada de iluminado no ato de se encolher, pois os outros se sentirão inseguros ao seu redor. Nascemos para manifestar a glória do Espírito que está dentro de nós. E a medida que deixamos nossa luz brilhar, damos permissão para os outros fazerem o mesmo. À medida que libertamos nosso medo, nossa presença libera outros" Nelson Mandela

E enquanto eu fiquei sem escrever neste blog, tantas coisas aconteceram. Enquanto fiquei presa apenas dentro de mim, o planeta continuou girando, e nem sempre de forma boa. Uma criança foi atirada da sacada de um apartamento. O quão bizarro isso pode ser? A vida não espera que acordemos para ela. Ela continua seguindo, e com isso, o tempo vai passando.

Ao que parece, ando descontrolada. Descontrolada com os meus pensamentos, com as minhas idéias e ideais, com o meu coração, com o que sou. Tudo parecia estar bem, mas ao perceber o incômodo de pessoas próximas, vi que estava fora de mim. Aquele eu que deve ficar guardado, que não deve se expôr; saiu como que através de um grito. Ele estava explodindo em meu peito. Encontrou sua brecha na minha segurança, quando nada parecia me ferir.

Aquele que meu coração escolheu para amar mostrou-se irritado pela minha "imposição" de opinião. Alguns amigos demonstrar não quererem dialogar comigo. Ao entrar em conflito inclusive com minha progenitora, enxerguei enfim que algo não estava bem. A situação me machucou. Me senti o pior dos seres, e era como se tudo o que eu acreditava não fizesse sentido, numa fração de segundos.

Estaria eu errada? Estaria sendo uma má pessoa? Seria tão ruim o ato de expressar o que vejo e querer que alguns enxerguem o mesmo junto comigo? Ainda não sei. Talvez seja mesmo errado; um defeito.

E foi ai que me lembrei do que me fez começar escrever, quando ainda era pequenina. O medo enorme de não ser entendida. Na verdade, a certeza de que ninguém entenderia o que habitava o meu coração, a minha mente. O pavor de que aquilo que eu acreditava fosse mal compreendido, e com isso, eu fosse mal interpretada. Porque ao falar, minhas opiniões provocavam senão risos algum tipo de repreensão.

Continuei a entender o porquê de continuar escrevendo, em agendas, em blogs. Nunca parei porque continuei não sendo compreendida. E talvez nunca seja. E mesmo achando que não se expressar é suicídio, restringirei minhas idéias às formas escritas. Provavelmente sofrerei menos, e magoarei menos.

Acredito que pelo menos aqui não será um crime achar o presidente dos EUA, George W. Bush, um dos maiores destruidores da paz mundial. Pelo menos aqui, não é falta de respeito não se calar diante de tanto absurdo e buscar cada vez mais conhecimento é um privilégio.


"Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca pois metade de mim é o que eu grito a outra metade é silêncio.
(...) que a tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada porque metade de mim é o que penso a outra metade um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste e o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso que me lembro ter dado na infância pois metade de mim é a lembrança do que fui a outra metade não sei.
(...) Que a minha loucura seja perdoada pois metade de mim é amor e a outra metade também."
Oswaldo Montenegro
Idéias conflitantes ao som de: Nem Parece - Mombojó
*** Lar é onde o meu coração está!!! ***

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