quinta-feira, novembro 08, 2012

Até quando?

Fico pensando se brasileiro é inocente ou se prefere 'se fazer de besta' ou ainda se apenas tem memória curta mesmo. Não consigo entender, em meio ao fogo cruzado entre policiais militares e uma facção criminosa, que ainda tenha gente pensando apenas em direitos humanos, de quem deve ou não ter. Jornal mostra que pesquisas estão sendo feitas a fim de buscar formas de controlar a violência, principalmente a que tem matado policiais. Como se violência fosse algo palpável e tivesse vontade própria. Fica muito mais difícil entender, enquanto tudo isso acontece, que ocupando o mesmo espaço de tais circunstâncias, fique a tal ofensa que a cantora Rita Lee teria feito aos policiais miliares em Sergipe.


Opinião ## Por trás da guerra nas ruas de São Paulo

Por Bob Fernandes*

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O número de homicídios na guerra entre o PCC e a PM paulista aumentou nos últimos meses: acordo rompido

Noventa e oito policiais militares assassinados em São Paulo neste ano. Só 5 deles mortos trabalhando. Quando a morte é fora do trabalho, a família não recebe benefícios. Neste ano, em todo o Estado, já foram assassinados mais de 3.330 cidadãos. Só na capital, até setembro, 919 homicídios.
Antonio Ferreira Pinto é o Secretário de Segurança. Numa dessas coletivas para a imprensa, há pouco tempo, ele disse que os assassinatos de PMs não tinham “nenhuma vinculação com a facção”. A “facção”, como diz o secretário sem citar o nome, é o PCC.
Não há quem não saiba que está em andamento uma guerra particular entre o PCC e a PM. Uma PM, pelo que se sabe, com divisões; digamos assim. Segundo oficiais com quem falei, teriam sido rompidos, de parte a parte, “códigos de conduta”.
Há quem negue a existência de tais códigos, mas eles existem: a polícia tem seus códigos não escritos e os criminosos também têm. E ambos têm um código em comum. Pela quantidade de mortos, é evidente que algum tipo de código, ou de acordo – ou de acordos – foi rompido.
Criminosos matam de um lado? Vem a resposta: alguns, quase sempre em motos, com munição de uso exclusivo de forças policiais, dão o troco e também matam. Fica no ar uma pergunta que talvez contenha a resposta: por que, nesta guerra nas ruas, apenas policiais militares, e não policiais civis, estão sendo mortos? É certo que a Inteligência do Estado tem informações sobre isso.
O secretário de Segurança nega, ou negava até outro dia, o que é óbvio. E, diante de câmeras e microfones atua como se fosse o Durango Kid. Enquanto o secretário atua, e nega o óbvio, vejam a ousadia dos ataques: um tenente trabalha na Casa Militar e na escolta do governador Geraldo Alckimin. As iniciais do seu nome são SCS. O tenente foi atacado; não no trabalho. Recebeu um tiro de raspão, no rosto, reagiu e matou o agressor.
O Major Olímpio, deputado estadual pelo PDT, em ato na Praça da Sé disse com todas as letras: “Policiais militares estão sendo dizimados e não adianta negar e dizer que é lenda. O PCC está matando policiais”.
O troco vem sendo dado nas ruas. Isso nunca funcionou. Nem no Velho Oeste, nem com as milícias no Rio de Janeiro, nem aqui, com os antigos e os novos esquadrões da morte. Isso só serve para produzir mais mortes, muitas vezes de inocentes. Serve também para eleger oportunistas, com discursos e práticas fascistóides.
Fato é que, antes de tomar posse, o governador Geraldo Alckimin pensou em substituir o Secretário Ferreira Pinto. Um importante emissário do governo sondou o jurista Walter Maierovitch. Walter, antes até de começar a conversar, impôs algumas condições. Uma delas, nomear os comandos das polícias militar e civil. A conversa nem andou. E Ferreira Pinto ai está.
O bang-bang, os assassinatos, avançam nas ruas de São Paulo. Até quando?

Bob Fernandes é jornalista.

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